sábado, 16 de maio de 2009

intelectuais no poder

A politização de um intelectual tradicionalmente se faz a partir de duas coisas:
1), sua posição de intelectual na sociedade burguesa, e no sistema de produção capitalista, na ideologia que ela produz ou impõe, reduzido à miséria, rejeitado,"maldito", acusado de subversão, de imoralidade, etc.
2)Seu próprio discurso enquanto revelava uma determinada verdade, descobre relações políticas onde normalmente elas não são percebidas. Estas duas formas de politização não são estranhas uma em relação à outra, embora não coincidissem necessariamente.
Havia o tipo do intelectual "maldito" e o tipo intelectual "socialista". Estas duas formas de politização são facilmente confundidas em determinados momentos de reação violenta do poder,depois de 1940.
O intelectual era rejeitado, perseguido, no momento mesmo em que as coisas apareciam
em sua verdade, no momento em que não se devia dizer que o rei estava nu. O intelectual dizia a verdade à queles que ainda não a viam e em nome daqueles que não podiam dizê-la.
O que os intelectuais descobriram recentemente é que as massas não necessitam deles para saber; elas sabem perfeitamente, e muito melhor do que eles; e elas o dizem muito bem. Mas existe um sistema de poder que barra, proíbe, invalida esse discurso e esse saber. Poder que não se encontra somente nas instâncias superiores da censura, mas que penetra muito profundamente, muito sutilmente em toda a trama da sociedade.
Os próprios intelectuais fazem parte deste sistema de poder, a idéia de que eles são agentes da consciência e do discurso, também faz parte desse sistema. O papel do intelectual não é mais o de se colocar um pouco na frente ou um pouco de lado, para dizer a verdade de todos; e antes o de lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o objeto e o instrumento, na ordem do
saber, da verdade, da consciência, do discurso.
E por isso que a teoria não expressará, não traduzirá, não aplicará uma prática. Ela é uma prática, Mas local é regional, onde ele é mais invisível e mais insidioso. Luta não para uma tomada de consciência há muito tempo que a consciência como saber está adquirida pelas massas e que a consciência como sujeito está adquirida, e ocupada pela burguesia, mas para a destruição progressiva e a tomada do poder ao lado de todos aqueles que lutam por ela.

alexsandro Ribeiro

Um comentário:

  1. Resenha do texto. Pense na próxima escrever com as próprias palavras. Prof Fernando

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